sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O futuro de Paraty passa por um projeto político


Muita gente se pergunta como Paraty, com pouco mais de 20 mil eleitores, e Vidal,
com menos de 600 votos conseguiu um cargo tão impostante no governo federal. É claro que boa parte deve-se a sua competência na área da pesca. Trabalhando quase a vida toda como despachante marítmo, adquiriu um grande conhecimento da legislação pesqueira e formou o que se chama hoje de network social, ajudando muito no reconhecimento e eficácia de suas ações.

Mas não é só isso... Se fosse assim viveríamos numa meritocracia, não numa democracia, onde o poder político é mais valorizado do que a experiência e conhecimento, que, na minha visão, é a grande responsável pelo nosso terceiromundismo.

Mas as regras são essas e temos nos pautar por elas. O fato é que a conquista da superintendência foi iniciada há dois anos atrás, quando PT e PMDB de Paraty resolveram apoiar Dilma, Sérgio Cabral e Luiz Sérgio. Todos eleitos, Luiz Sérgio foi o segundo mais votado em todo município, perdendo apenas para Tuco Gama, único candidato paratiense.

Quatro anos antes, Luiz Ségio também atingou a mesma marca, agora perdendo para Zé Cláudio, e os votos de Paraty foram reponsáveis pela condução do canditado ao cargo.

Depois da segunda derrota à prefeitura, Casé percebeu que apenas uma mudança radical na condução de política paratiense poderia se apor ao poder econômico e ao populismo que se estabeleceu no governo municipal, utilizando o planejamento e o poder de articulação como antídoto ao uso descarado da máquina pública em favor da perpetuação daqueles que a controlam.

Dessa certeza um grupo de oposição, do qual faço parte, começou a pensar o quadro político de Paraty como um organismo, algo vivo que não se limita a um mandato, mas no anima da resolução de problemas que aflingem a comunidade. De forma contínua e múltipla, com prarticipação nas esferas estaduais e federais, o que convencionamos chamar de “Projeto Político de Longo Prazo”, ou simplismente “Projeto Político”.

A partir de então nossos passos são dados, não de acordo com a conveniência pessoal ou imediata, mas enredado na perspectiva de um futuro melhor, encaixamdo oportunidae com solução, apoiado nas várias instâncias governamentais, ação que foi comprovada quando Casé abriu mão da superintendência da pesca para Vidal, concessão do PT ao PMDB, e o contrário, quando Deco e Vidal apoiaram Luiz Sérgio, concessão inversa, do PMDB para o PT.

Infelizmente muits políicos convencionais rechaçam essa idéia, argumentando que isso é impossível de fazer e que os egos se sobrepõem à equipe, desarmonizando o conjuntos ao ponto de dissolve-lo, para que com isso sobrevivam no meio político.

Como disse vidal na carta de despedida, com a superintendência conquistamos mais um degrau. Apenas um de muitos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vereador Vidal assume superintenência federal da Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura do Estado do Rio de Janeiro


Ontem, 19/11, nosso vereador Vidal inaugurou uma nova era na política paratiense, sendo o primeiro cidadão local a galgar um cargo tão alto na história de Paraty.

Tive a honra de ler sua carta de despedida na sessão da Câmara, que também deu posse ao verador Tekinho Legal, suplente de Vidal, pelo PMDB.

Eis a íntegra:

Senhor Presidente, nobre vereadores, meus amigos,

Em primeiro lugar gostaria de justificar minha ausência nessa sessão. É com muito orgulho que estou, nesse momento, sendo empossado no cargo de Superintendente Federal da Pesca e Maricultura no Estado do Rio de Janeiro, na sede do Ministério da Agricultura, no centro do Rio, concluindo, com isso, uma articulação de quase nove meses em que PT e PMDB, unidos em torno do meu nome e da proposta de melhoria da pesca em todo estado do Rio de Janeiro, conseguiram um feito inédito, elevando um paratiense ao maior cargo já conseguido até então.

Nessa casa foram 32 meses de muita luta na confiança de que podemos trabalhar para melhoria do modo de vida do cidadão paratiense, seja o pescador mais humilde, o agricultor, ou empresário e investidor que escolhe Paraty como seu lar. Nesse período travamos muitas discussões, algumas até acaloradas, mas democracia é assim mesmo, onde paixão e razão se enfrentam, e desse debate resultam soluções e esperança para dias melhores para todos.

Foram momentos importantes para minha formação de primeiro mandato, mas que me marcaram profundamente, e me enchem de disposição para galgar novos desafios frente à pasta federal. Agradeço pois, aos nobre edis que, mais que colegas de profissão, se mostraram verdadeiros mestres na arte da condução democrática.

Essa mesma paciência que os nobre colegas tiveram comigo, ao me acolher com tanto carinho nessa casa, peço que tenham com meu suplente, companheiro de partido e respeitador dos ideais democáticos, Celso Luiz, ou Tekinho Legal, como gosta de ser chamado.

Estendo a ele, e a todos os meus companheiros, meu gabinete no Rio de Janeiro, para resolução dos problemas que aflijam a comunidade pesqueira e aquicola de Paraty, bem como problemas eventuais que precisem de apoio em instâncias superiores.

Notem, companheiros, que a partir de hoje, estaremos mais perto do poder estadual e federal, e que temos que utilizar isso em prol da melhoria de qualidade de vida de todo setor, seja em Paraty, seja no estado todo. Me coloco como mais um instrumento na rede de poder cuja Câmara de Vereadores compõe, para que objetivos virtuosos e nobres sejam alcançados.

Agradeço, sobretudo, ao meu eleitor. O responsável por confiado, ter me dado a mão e conduzido a esse primeiro degrau. Enquanto vereador acredito ter honrado cada voto dos 583 que me conduziram a esse mandato. Pode até ser que tenha me posicionado em uma ou outra matéria contrária à opinião de algum desses eleitores, mas estejam certos de que a decisão foi tomada em prol da maioria, essência do processo democrático que visa o crescimento da sociedade, acima de qualquer coisa.

Deixo claro também, e tranquilizo os eleitores que meu afastamento da Câmara não me afasta dos problemas locais e demandas iniciadas. Pelo contrário, meu poder de ação e articulação se multiplica. Estarei, diretamente, ou através de assessores, acompanhando a votação dos projetos que iniciei e execução das leis e normatizações que consegui implementar nesse curto período frete à Câmara dos Vereadores, fiscalizando e tomando medidas cabíveis para que não haja retrocesso nessas iniciativas.

Desejo finalmente boa sorte ao Tekinho, e que Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de Paraty, ilumine as decisões dessa Câmara de Vereadores.

Muito obrigado

Vidal

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Paraty na era do arrego institucional

De um lado Zé Pital escreve um artigo (http://zepital.blogspot.com/2011/09/bobos-da-corte.html) condenando a prática da utilização de dinheiro público pelo Convention Bureau para beneficiar principalmente sua diretoria, e mostra que um antigo jornal que denunciava as ações da prefeitura num dia, no outro se transformou em prestadora de serviços municipal. Do outro, o recém criado blog AmamosParaty (http://amamosparaty.blogspot.com/2011/09/senhores-vereadores-parem-essa-obra-e.html), condena a Casa Azul por armar uma necessidade para captar recurso, com a aval da Prefeitura, Iphan e do Convention em fazer uma obra num espaço sagrado, até então, funcional e agradável.

Ambos os artigos nos mostram claramente ou a falta de capacidade da Prefeitura gerir projetos estratégicos para o município, sejam de ordem turística ou urbanística, ou, na pior das hipóteses, a manipulação de instituições locais através da utilização de recursos públicos.

Como o dinheiro está à rola na prefeitura, por que não fazer um agradinho aqui e outro ali? Isso até seria legítimo, mas a prefeitura não possui uma secretaria de turismo e uma de obras? Então por que não fecha essas duas secretarias de uma vez, uma vez que está passando suas atribuições para outrem, sem a utilização de concorrência pública? É simples: como manteria o silêncio dos funcionários, dos comissionados, dos contratados e parceiros? Esse governo é assim, ele vai comprando todos que de uma forma ou de outra poderia questioná-lo. É o famoso calaboca, ou arrego, no jargão do jogo do bicho, chegando no dia-a-dia paratiense. Estamos progredindo.

Vou dar um exemplo de como funciona a lógica desse governo através de um relato de um amigo meu, comerciante há mais de 30 anos:

Paraty estava na baixa baixíssima e esse amigo não sabia como honrar suas contas. Passa um mês, dois, três e nada de melhorar. Ele, inconformado, reclamou com amigos. Suas desventuras chegaram aos ouvidos do governo municipal. O grande líder não teve dúvida, foi ao comércio desse comerciante, ouviu suas queixas, e soltou essa pérola de solução:

- Se você fechar as portas, não se preocupe, eu tenho um emprego pra você na prefeitura.

O que percebo nessas “parcerias” entre a prefeitura e “instituições” é que o que importa mesmo é o esquema. E esse se traduz assim: você deve fazer mas não faz. Se faz, faz mal feito. Eu posso fazer bem feito. Me dá o dinheiro que eu faço. Se me der, está tudo certo. Todos ficaremos felizes.

E a responsabilidade social? Vale tudo? Só não vale dançar homem com homem e mulher com mulher? Onde foi parar a legalidade, a transparência, a seriedade, o respeito do dinheiro público e aos nossos vizinhos? Para os amigos tudo, e para os outros a lei?

Essa prática ficou muito clara e feia quando um empresário de turismo de Paraty abriu um jornal e tornou público os absurdos que aconteciam na prefeitura. Depois de três edições batendo, ele parou com o jornal sem nenhuma explicação (http://zepital.blogspot.com/2011/09/o-preco-do-silencio.html). Seis meses depois ele abriu outra firma e hoje é um dos felizardos famigliares que tem contrato milionário com a prefeitura.

Não há corrupção de mão única. Vemos que a capacidade financeira da prefeitura é tão sedutora, que aqueles que deviam cobrar e até questionar o descalabro que se instalou em nosso município, simplesmente, sob a burca de boa vontade e intenções imaculadas, capitulam aos pés das possibilidades milionárias que o poder público dispõe.

E vejam! Esse não é um privilégio de OSCIPS, instituições, como o Convention e a Casa Azul, que miram claramente no dinheiro público, mas a própria Câmara de Vereadores, que deveria ser a guardiã do interesse do cidadão menos favorecido, mostra-se cega e, também, incapacitada de reverter esse triste quadro.

Até quando esperar? Até me ajoelhar, esperando a ajuda de Deus?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Os espiões da prefeitura

O alto escalão da prefeitura procura por espiões, que vazam o que está acontecendo na alcova do poder público. Como se houvessem coisas a esconder do contribuinte... Mas se há, e se estão tão preocupados, o ministério Público deveria investigar. Há corcoroca nessa toca.

Mas quem seriam esses espiões que passam documentos e informações privilegiadas para a oposição e gente que quer o bem do nosso município? Há menos de 400 dias da mudança de governo, e sem a possibilidade da continuidade da gestão Zezé muita gente já está preparando a cova daqueles que só souberam lhe dar pasada nas costas.

Que humilhação maior que privilegiar cabos eleitorais com altos salários, sem ter sequer, a obrigação de bater cartão? Que humulhação maior de ver uma administração cujos altos cargos são preenchidos por famigliares (já me ameaçaram de processo por eu denunciar o nepotismo aqui, usando a palavra famiglia para me referir a essa prática medieval). Que humilhação maior do cidadão que estuda, viaja, gasta o que não tem, faz um concurso público, passa, e vê sua vaga ser preenchida por mais um incompetente que está alí porque votou no governo? Que humilhação maior de ver comissionados se fartando das benesses da impunidade?

É, senhor prefeito... Arrisco dizer que o(s) espião(ões) está(ão) muito mais perto do que V.Exa pensa...