Hoje vou falar de trajetórias. Algumas trajetórias que podem ser analisadas em conjunto ou individualmente, mas que levam a um só objetivo: o crescimento de nosso município.
Paulo Eduardo, presidente do PT em Paraty, comerciante e filho de família tradicional. Depois de passar por uma série de partidos, filiou-se ao PT e após anos de militância foi eleito presidente ano passado. Paulo Eduardo representa a renovação do PT de Paraty. É um petista liberal e progressista. Em pouco mais de um ano, foi o arquiteto da união e renovação, não só do PT em Paraty, mas de toda Costa Verde. Sereno sempre, viceral nas horas necessárias, provou que unidos, a Costa Verde pode mais. Foi determinante na associção do PT de Paraty, Angra, Mangaratiba e Rio Claro em torno do proprósito de desenvolvimento comum da Costa Verde. Isso tudo sem mandato, munido apenas do sonho da transformação, às custas de muita reunião, lábia e cafezinhos.
Luiz Sérgio, sindicalista, homem do povo, petista. Como eu e você. Assim como Lula, sempre engajado na luta por melhores dias, foi prefeito de Angra, Deputado Federal por dois mantatos e ministro em duas pastas, numa trajetória invejável aos mais importantes homens desse país. Como eu e você.
Vidal, do Corumbê, filho de pescadores, vereador do PMDB, formado no CEMBRA, assim como eu, você e muitos que lêem essa coluna, hoje nos orgulha quando assume o cargo mais importante concedido a um paratiense. Samuel Costa, grande prefeito, porta e visionário, foi Deputado Estadual no início do século passado. Depois dele, sobe ao pódio do poder, uma pessoa simples, pescador de sonhos, no cargo de Superintendente Federal da Pesca do Estado do Rio de Janeiro. Um feito inédito e grande orgulho para nosso município.
Agora, como um filho de pescador pôde chegar tão alto, com tantos tubarões rondando as oportunidades palacianas? Ao analisarmos a trajetória dos três, fica muito claro o resultado dessa conjunção, e a inteligência de todos na condução desse processo, que teve início na eleição de 2010, pra presidente da repúbica, governador, deputado e senador.
Eu disse na última coluna, “O Casamento Ideal para Paraty” que as forças de oposição deveriam se unir para conseguir o poder e tirar Paraty do abismo que se encontra. Essa união foi iniciada nas eleições de 2010, quando a oposição se uniu e apoiou candidatos que hoje estão no poder, e de forma coerente, não oportunista e descolada de princípio como a grande maioria das “lideranças” fez. A coligação de oposição conseguiu eleger presidente da república, senador, governador, deputado estadual e federal. Um desses, Luiz Sérgio, um dos mais votado no município, foi nomeado Ministro.
Ora, quem ajuda a ganhar, ajuda a governar. Diante desse sucesso, logo após a posse do governo Federal, Dilma nomeou Luiz Sérgio Ministro das Relações Institucionais. Vidal, sempre aflito com as questões costeiras, tendo apoiado Luiz Sérgio no pleito vitorioso, pediu à Casé, irmão de Paulo Eduardo e precandidato à prefeito em Paraty pelo PT, que intervisse na substituição do Superintendente Federal da Pesca no Estado do Rio de Janeiro, que estava deixando a desejar nas inspirações do setor. Ambos foram unânimes a dar o apoio, mas na condição que Vidal fosse o candidato, dada reconhecida competência no setor. Inicialmente pareceu uma proposta meio fantasiosa, até mesmo impossível, mas depois de muita conversa, e artiulações percebaram que Vidal seria a melhor opção para a pesca no estado, nascendo, aí, uma campanha de apoio ao nome de Vidal. Esse, por sua vez não se fez de rogado, vestiu seu colete à la Minc e saiu em campo, de coração aberto, e a sonhos vistos, visitando quase todos os municípios do litoral em busca de apoio. Nessa jornada, conseguiu inclusive a assinatura do goverandor Sérgio Cabral e do Vice-Governado do estado Pezão, estre senadores, deputados federais, estaduais e presidentes de instituições ligadas ao setor da pesca, tendo como primeiro signatário Luiz Sérgio.
Esse documento de apoio foi entregue no início do ano a então Ministra da Pesca Ideli Salvati, que ficou de analisar o pleito, que não disse nem sim nem não. Com a mudança ministerial, Luiz Sérgio trocou de posição com Ideli, tornando-se o Ministro da Pesca e Aquicultura, nomeando Vidal o superintendente no estado que o elegeu, Rio de Janeiro.
Essa história seria ridicularmente óbvia, se Vidal não fosse do PMDB, que apesar de ser da base aliada, sofreu com pleitos do próprio partido do ministro, o PT, e com a sanha dos mais radicais. Mas aí entrou uma pessoa mais radical ainda, e como disse anteriormente, o viceral Paulo Eduardo. “Defendo mais que a união PT-PMDB em Paraty e no Brasil. Defendo que Vidal, do PMDB, é o nome mais indicado para a pesca do estado. Temos que lutar por isso.”, dizendo Paulo Eduardo em defesa a Vidal nas reunições partidárias da executiva do PT no Rio de Janeiro.
Com essa postura coerente e não individualista, como age a maioria dos “líderes” que conhecemos, ganhamos um fato histórico e que nos orgulha de sermos paratienses. Orgulho este que nossos ancestrais e contemporâneos tiveram quando viram Domingos Gonçalves de Abreu erguendo o pelourinho por conta própria, os fazendeiros contribuindo pelo resgate o Rio de Janeiro então nas mãos dos franceses invasores, Samuel Costa brigando por Paraty na assembléia legislativa, o Jopacol defendendo as correntes que protegem o Centro Histórico.
Que fique a lição metafísica e musical: 1 + 1 é sempre mais que 2.
Um comentário:
A revista Veja chamou o Luiz Sérgio de nada nos dois ministérios; pensei que o candidato fosse o Casé, mas pelo jeito é o Carlos Eduardo????
Postar um comentário